Não posso concordar com ideias que remetem para a escola o estigma do "pouco interessante", "desmotivante" ou "chato", ou será que as crianças dos países nórdicos andam na escola a fazer campeonatos de playstation. Penso que o problema do abandono escolar é em Portugal um problema cultural social e económico. Primeiro porque se não houver incentivos externos as crianças tendem por norma a seguir o modo de vida dos pais. Portugal enquanto país de grande extensão rural apresenta assim resultados desta ordem. Nos meios urbanos, as crianças frequentam mais a escola e prosseguem os estudos, mas até quando...
Devemos tentar entender quais serão as motivações ou a falta delas que nos conduz a estes resultados de analfabetismo. Primeiro as nossas crianças não costumam ter acesso á imagem do grande cientista que fez a ultima grande descoberta ou invenção para a humanidade simplesmente porque em Portugal quase não há investigação e a pouca que existe, é á conta da boa vontade de investigadores com um mísero e estreito ordenado. Ao que parece o nosso governo pensa ser mais proveitoso construir estádios de futebol para meia dúzia de privilegiados correrem atrás de uma bola e ganharem milhões.
Outro grande problema é a falta de informação. Eu quando era pequena pouco mais conhecia do que 5 ou 6 profissões, entre o bombeiro, o policia, a peixeira e o padeiro pouco mais ocupava o meu imaginário em termos de profissões. Apos esta primeira filtragem com grande desincentivo social pelos estudos, aqueles que sobrevivem perdem-se muitas vezes por falta de informação;
Quantos de nós não acabam o secundário sem saber sequer que existem cursos de Filologia Germânica, direito Canónico ou paleontologia.
Numa sociedade como a nossa, acabada de sair do regime rural onde não há exemplos deve pelo menos haver informação.
A estrutura dos cursos secundários é um fiasco que condena os jovens a partir do 10º ano a uma injecção hiperdireccionada para uma área que nem estão ainda certos de ser a que desejam seguir, este modelo tem um duplo resultado, fecham-se metade das portas universitárias e contribui-se para uma diminuição da cultura geral. Países como a Alemanha possuem um segundo secundário muito mais rico, opcional e polivalente em termos de conteúdos.
Em Portugal simplesmente não se premeia o saber. O que os jovens, pelo menos os da cidade observam é que acabam o 12 ou mesmo licenciaturas e vão trabalhar para um shopping ou para uma caixa de super mercado, trabalho que fariam igualmente com menos três ou 5 anos de estudo.
Sei que não se fazem milagres mas ministro após ministro ocupam se ocupam da pasta do ministério da educação e nenhum encontra uma solução para esta inércia de ignorância que teima em acompanhar o povo português.
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