Thursday, February 22, 2007

The Human Race Beyond the moral Issues


"Lolita, light of my life, fire of my loins. My sin, my soul. Lo-lee-ta: the tip of the tongue taking a trip of three steps down the palate to tap, at three, on the teeth. Lo - Lee - Ta.

She was Lo, plain Lo, in the morning, standing four feet ten in one sock. She was Lola in slacks. She was Dolly at school. She was Dolores on the dotted line. But in my arms she was always Lolita.


Did she have a precursor? She did, indeed she did. In point of fact, there might have been no Lolita at all had I not loved, one summer, a certain initial girl-child. In a princedom by the sea. Oh when? About as many years before Lolita was born as my age was that summer. You can always count on a murderer for a fancy prose style.


Ladies and gentlemen of the jury, exhibit number one is what the seraphs, the misinformed, simple, noble-winged seraphs, envied. Look at this tangle of thorns. "



Excerto de Lolita de Vladimir Nabokov

Tuesday, February 13, 2007

Comentando "A chave simbólica"...

“O tempo e o modo da mudança portuguesa é, no fundo, camponês.”

O tempo e o modo de mudança portugueses é camponesíssimo sem que o “issimo” constitua aqui qualquer exagero. Não podemos fazer generalizações… mas, após o ultimo referendo ao aborto conclui que apenas me considero concidadã de apenas 2 dos 10 milhões de portugueses residentes neste país. Os restantes portugueses transpuseram linearmente a lógica pré-democracia para aquilo que se pode considerar a arena do mundo pos-moderno. Os portugueses não tiveram modernismo para amadurecer a consciência cívica, a honestidade mental (ainda dominada pelos fantasmas da moral católica) e o respeito pela vida alheia. A única coisa que conhecem é a ditadura do pensamento único, a crença cega em tudo o que ouvem da boca de senhores que se vestem e penteiam tão bem e que ainda por cima falam com palavras caras na televisão .. conhecem também a beatice social a condenação da conduta do outro como forma de auto-promoção quando na realidade o que se passa é tão simplesmente aquilo que começou por afirmar no inicio do seu texto : "Eles matam o touro na arena, nós nos bastidores". É assim com quase tudo em Portugal, é precisamente por isso que o país consegue estar integrado numa união transnacional europeia, e fa-lo ocultando os podres e a real miséria mental de grande parte do povo português que há apenas uma geração aprendeu democraticamente a ler e ultrapassou a mediocridade do ensino primário….

Quanto à temática da despenalização do aborto continuar-se-á na mesma lógica hipócrita com que o nosso sistema de saúde beneficia os utentes de oftalmologia ou de estomatologia com a diferença de que as 10 semanas de gestação não poderão esperar 2 anos por uma consulta no sistema de saúde público.

Eu votei sim porque acredito na humanização e no desenvolvimento do ser humano em busca de um maior auto-controlo e harmonia entre de si próprio como individuo, entre si e a sociedade e entre a sociedade e do planeta. Votei sim porque sou contra a hipocrisia e a favor do respeito da individualidade de cada um. Votei sim porque considero uma violação do corpo de outrem a obrigatoriedade de gerar algo que não se deseja.
Votei sim porque discordo de autoritarismos semelhantes ao de Nicolae ceausescu , defensor do feto como propriedade do estado social condenando milhares de mulheres ao cárcere e à morte por aborto ilegal. Votei sim por toda uma panóplia de motivos que considero estruturantes da dignidade humana, de saúde individual e social, e em ultima instância de manutenção ecológica e sustentável do próprio planeta. No entanto a lógica que vejo avizinhar-se perante esta aceitação não resolverá o real problema do aborto mas continuará a gerar dinheiro fácil para as classes de sempre.
Ao fim ao cabo o que pude aprender mais uma vez com tudo isto é que vivo no país errado onde as perguntas e as respostas certas servem de isco para as politicas desejáveis das classes privilegiadas. Concluo assim que vivo entre pessoas erradas que elegem governos errados para fazerem leis hipócritas para inglês ver e para ficar bem nas estatísticas da união. wow , fantástico , entrámos finalmente no mapa dos países desenvolvidos mas de mascara na cara porque o nosso desenvolvimento legal não espelha a realidade social.
O sim e o não foram neste referendo uma faca de dois gumes para a manutenção de uma mediocridade que o governo não pretende resolver… aliás, é impossível resolver quando a questão da saúde portuguesa se situa numa lista de prioridades depois dos escandalosos casos de corrupção, da dissolução dos farfalhudos ordenados e pensões dos altos cargos públicos, das grandes obras e empreitadas tal como foram os estádios do euro e como será o aeroporto da Ota ou a terceira ponte lisboeta sobre o rio Tejo entre tantas outras coisas que não chegam à praça publica.

Em resumo e como forma de terminar toda esta tessitura sobre o meu desagrado para com este país e com esta nação, considero, mesmo correndo riscos de ser mal interpretada, que grande parte da moral existe como um livro de instruções mentais escrito pela classe dominante e imposta á classe dominada. A moral quando construída fora do ser : primeiro: não tem sentido, segundo, não se cumpre, terceiro oculta o vício e a verdade.
Por isso pura e simplesmente não sigo morais alheias, construo a minha própria moral com o direito que a sociedade onde resido me concedeu, o de viver, pensar e ser individualmente e construir a minha individualidade em conjunto com o outro…. A única coisa que me faz sentir infeliz é que esse outro igualmente livre ainda existe em muito pequeno numero sobre a coerção desta moralzinha autoritária.

Friday, February 02, 2007

ABORTO






Pura e simplesmente concordo com o cartaz da senhora da foto. Numa sociedade que se afirma cada vez mais como individualista não podemos regredir aos ideaizinhos totalitários e absolutistas dos regimes que minaram a Europa no passado século, tenham eles sido de esquerda ou de direita.
Na Roménia Ceausescu afirmou inclusivamente que o feto era propriedade do estado socialista, o não vem tocar o mesmo disco.
O feto pertence única e exclusivamente aos pais. Depende deles antes e depois do nascimento , cabe-lhes portanto a eles decidirem sobre o seu destino e a mais ninguém! Para reforçar esta ideia, tudo me leva a crer que os partidários do não zelam sobretudo pela perpetuação da miséria humana. Três são as causas para a consecutiva e exagerada natalidade: Morbilidade, Pobreza e analfabetismo... consequentemente, quantos mais são, mais pobres são, mais filhos têm. Não me parece que seja pertinente em pleno século XXI continuarmos com dogmatismos moral religiosos bacocos a ler as práticas do presente com os olhos do passado. Querem banir os abortos (que feliz ou infelizmente fazem e sempre fizeram parte da contracepção humana) banam igualmente a medicina que também é uma aberração da natureza. O mundo está hiper povoado, a transbordar pelas costuras, depois estes líderes da treta, completamente absortos em ideiazinhas economico-liberais selváticos vêm-nos com a ideia de que afinal somos poucos e que temos é de fazer mais filhos... se fossem eles fazer filhos é que faziam bem. A Humanidade corre sérios riscos de subsistência neste planeta a desmoronar-se sob a nossa poluição e consumismo exacerbados e ninguém parece compreender que o trunfo para a resistência da humanidade é a diminuição drástica da população de volta aos ideais de população estacionária dos povos clássicos...enfim, nem vale a pena tanta retórica para nem tão pouco se tornar clara em grande parte de cabeças ocas que constituem a nossa população.