Wednesday, April 12, 2006

Tv - propaganda - ditadura


O facto de políticos em actividade continuarem a assumir espaços de comentário nos meios de Comunicação Social públicos suscita muitas dúvidas no que concerne aos objectivos que os movem.

As personalidades ligadas ao universo mediático questionam a real independência dos comentadores e sublinham o risco da instrumentalização.

A conexão entre a presença no espaço mediático e a obtenção de dividendos políticos sai reforçada se, por exemplo, se recordar que o actual e anterior primeiro-ministros comentaram na RTP 1.

O sistema mediático, afinal de contas, acaba por assumir-se, como refere Francisco Rui Cádima, no “campo de relegitimação” essencial à carreira política. Sem ele, o professor de Ciências da Comunicação considera que “o sistema político dificilmente se recomporia das suas fraquezas” junto da opinião pública.

Joaquim Vieira, do Observatório da Imprensa, alerta para os critérios que devem guiar o serviço público: “Ter um cuidado extremo com o que se coloca em antena, para não confundir comentadores com políticos, e evitar a criação de plataformas para estes se promoverem.”

O crítico de TV Eduardo Cintra Torres considera “muito perigosa” a presença de políticos no espaço de comentário do canal público. No entanto, afasta Marcelo Rebelo de Sousa desse cenário: “Foi jornalista durante muito tempo e notabilizou-se enquanto comentador. Isso dá-lhe legitimidade”, mesmo considerando a sua conotação política. Afinal de contas, como o crítico ressalva, “qualquer comentador, filiado ou não, tem essa conotação”.

Manuel Falcão afina pelo mesmo diapasão: “Termos políticos a fazer comentário televisivo distorce a realidade.” Na opinião do ex-director da 2: “seria preferível ter um Carlos Andrade ou um Carlos Magno” a assumir esse papel. “Os políticos deviam cingir-se à luta partidária”, desabafa. “Já não são os congressos a eleger os líderes partidários, mas sim os directores de Informação das TV, através das suas escolhas”, defende Joaquim Vieira.

Francisco Rui Cádima vai mais longe, acusando as estações de contribuírem para a deficiente renovação da classe política: “Não promovem jovens que possam emergir como potenciais líderes.”

Manuel Falcão considera que “pior que os programas de análise política são os comentários no interior dos próprios noticiários, já que as declarações dos políticos não são apresentadas como espaços de opinião”. Todavia, ressalva Falcão, isso é “reflexo da guerra de audiências que move as televisões”.

Jorge Coelho considera que esta questão se prende com a “economia de mercado em que vivemos”. O dirigente socialista não encontra “nenhum problema de legitimidade” e defende ser “fundamental respeitar a liberdade de decisão de quem gere as televisões”. O eventual condicionamento ideológico do telespectador é um aspecto que, segundo Coelho, não se coloca: “Não vamos passar um atestado de menoridade aos espectadores como se eles não percebessem o que as pessoas estão lá a fazer. Percebem e muito bem! Quem não quiser, que mude de canal. Já não vivemos no tempo em que só existia a RTP.”

A remuneração dos comentadores assume, segundo Eduardo Cintra Torres, um papel fundamental na sua credibilidade. “Eles ganham a vida nessa função. O professor Marcelo fala de vários assuntos e é pago por isso. Não é como o António Vitorino, que está na RTP 1 apenas porque o PS exigiu a obrigatoriedade de se fazer um suposto contraditório.”

Joaquim Vieira discorda da remuneração – “é acessória e não vai impedir que aqueles espaços funcionem como autênticos tempos de antena políticos” –, mas acompanha as críticas a Vitorino: “É incapaz de ter uma posição distanciada. Basta ver a absoluta coincidência entre as suas opiniões e o pensamento oficial do PS”, recordando que a Alta Autoridade para a Comunicação Social, antes de ser extinta, condenou a situação.

MARCELO REBELO DE SOUSA CONTRA COMENTÁRIO FEITO POR DECISORES Marcelo Rebelo de Sousa não é favorável à presença de políticos “no desempenho de funções de decisão política” em programas de comentário televisivo. O comentador da RTP 1 assume que já fez isso no passado, “em órgãos privados, nomeadamente na TSF”, mas hoje, por estar numa estação pública, vê as coisas por outro prisma. Ainda assim, aceitou continuar com o programa depois de o Presidente da República, Cavaco Silva, o convidar a integrar o Conselho de Estado. “É diferente, apesar de tudo. O cargo não implica decisão nenhuma”, explica o professor, recordando que já era conselheiro de Jorge Sampaio quando aceitou ir para a RTP 1. “O Presidente da República reúne o Conselho de Estado uma vez por ano – isto quando reúne – para ouvir opiniões, a título gratuito e sem qualquer tipo de vinculação, seja ela partidária ou de outra espécie, sobre determinado assunto”, acrescenta. Marcelo Rebelo de Sousa garante que “não continuaria como comentador caso regressasse activamente à política”, porque não se sentiria à vontade com essa situação. Inclusivamente, o professor revela ter no contrato com a estação pública “uma cláusula, proposta por mim, que proíbe acumular funções de comentador com funções politicamente decisórias”.

Marcelo aceita, contudo, que outras individualidades pensem de forma distinta. “É tudo uma questão de consciência pessoal. O dr. António Vitorino acumula várias funções políticas e é uma opção respeitável em democracia. Nem a ponho em causa. A RTP considerou que tinha qualidade para opinar e, de facto, ele sabe muito de política internacional e de política interna. Foi em homenagem a isso que se abriu aquele regime excepcional”, defende.

Relativamente às remunerações, está completamente de acordo com elas. “Embora entenda que quem tem funções políticas decisórias não deva fazer comentário”, no caso de fazer “deve ser pago por isso, de forma a eliminar o espaço de manobra para a opinaão pública pensar que o analista está ali... não pelo seu valor, mas por um compromisso político”.

Quem também passou a integrar o Conselho de Estado foi Dias Loureiro. Por isso, deixou o ‘Debate da Nação’. O antigo ministro ressalvou, porém, que a decisão não o inibe de “participar em comentários. Eu não posso é ter uma coisa regular.” NORMALIDADE DEMOCRÁTICA

Paquete de Oliveira considera “normal os políticos utilizarem o espaço público e a sua exposição mediática para exercerem comentário”. A sua actuação é facilmente identificável e depende do contexto de cada momento: “Quando integram o partido do Governo, assumem posições governamentais; quando integram os partidos da oposição, aproveitam a ocasião para promover ataques cerrados à actuação governamental.

É normal em qualquer país democrático”. O sociólogo não encara com grande preocupação a falta de representatividade ideológica: “O público está habituado a lidar com esta situação de bi-partidarismo nos media. Isso não invalida que um alargamento da representatividade não o beneficiasse, mas o público é mais consciente e define melhor as suas opiniões.”

AS TRIBUNAS RTP 1 e SIC Notícias são os canais que disponibilizam espaços de comentário aos políticos no activo. Embora a ‘Quadratura do Círculo’ apresente três visões políticas distintas aos telespectadores, o conteúdo está mais próximo do exercício de opinião – presente em ‘As Escolhas de Marcelo Rebelo de Sousa’, ‘As Notas Soltas de António Vitorino’ e o ‘Estado da Arte’, com Paulo Portas – do que do debate que caracteriza os frente-a-frente do canal de informação do cabo e o ‘Debate da Nação’ na estação pública.

A VISÃO DE RESPONSÁVEIS PELA INFORMAÇÃO E PROGRAMAÇÃO ALCIDES VIEIRA - SIC “Cada órgão de Comunicação Social é livre de seguir o critério editorial que melhor entender. E quanto mais opinião e maior pluralidade existir na televisão portuguesa, melhor. O facto de serem, ou não, remunerados, parece-me irrelevante. Não acredito que seja isso a condicionar o propósito do comentário.”

MÁRIO MOURA - TVI “O espectador senta-se em frente da televisão por querer ouvir a opinião do político e este, como qualquer outra pessoa, deve ser pago pelo trabalho efectuado. E isto vale tanto para os órgãos públicos como privados. Não me choca que políticos no activo comentem em órgãos públicos.”

RUI PÊGO - RDP “Os políticos não são nem devem ser considerados diferentes das outras pessoas. Por esse motivo, não acho que a actividade política deva ter limitações especiais no que toca ao comentário. Não encontro qualquer motivo para os órgãos públicos discriminarem os políticos nesta questão.” NOTA: A direcção de informação da RTP 1 decidiu não prestar declarações ao CM.

A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) também não quis comentar OPINIÕES "As pessoas têm interesse em ouvir os políticos no activo. A questão está na existência de pluralidade ideológica e penso que os meios públicos o garantem. Não me parece que os espectadores possam ser condicionados. Não são tolos e sabem que existe um projecto político por trás da emissão de opinião de um político".

Arons de Carvalho, PS "Na minha opinião existe um excesso de programas de comentário na Comunicação Social que resultam do mimetismo de um fenómeno criado pelo professor Marcelo Rebelo de Sousa. Além do mais, não me parece correcto chamar comentador político a pessoas que vão defender interesses partidários".

Agostinho Branquinho, PSD "O estatuto de comentadores que foi conferido a Marcelo Rebelo de Sousa e António Vitorino é redutor. Como opinião política, em comentário individual, o debate político está afunilado ao centro. Isso é indiscutível. Não digo que tenha de se dar um espaço a cada partido, mas deve existir um leque plural de opiniões". António Filipe, PCP "O recurso a comentadores pseudo- independentes é um atentado grosseiro ao pluralismo político que deve guiar um meio de Comunicação Social, ainda mais quando se trata de um órgão público. No fundo, aquilo a que assistimos constantemente, sob a capa do comentário, é pura propaganda política". Fernando Rosas, BE

Nuno Tadeu

http://www.correiodamanha.pt/noticia.asp?id=197957&idselect=9&idCanal=9&p=94






"O sistema mediático, afinal de contas, acaba por assumir-se, como refere Francisco Rui Cádima, no “campo de relegitimação” essencial à carreira política."

Bem vindos ao Big brother , a esta esplunca que sob o nome e a ilusão da democracia dita leis como em ditadura! se propagandeia como ditadura! difama e enegrece o outro como em ditadura para que não haja alternativa ideológica para as massas...

Exemplos deste estrume que difama qualquer alternativa como regime autoritário (atenção que não havendo sequer alternativa viavel ao regime de xupismo democrático este se torna um regime obrigatório!) foram há anos escritos na imperdivel obra de Orwell...Curiosamente continuam mais actuais do que nunca não só em portugal como no mundo...

“The rocket bombs which fell daily on London were probably fired by the government of Oceania itself, 'just to keep the people frightened'.” 1984

“To tell deliberate lies while genuinely believing in them, to forget any fact that has become inconvenient, and then when it becomes necessary again, to draw it back from oblivion for just so long as it is needed.” 1984

A hipocrisia deste sistema é tanta que repetem exactamente e com uma dimensão jamais igualada na história aquilo que criticam no temivel inimigo da DEMOCRACIA!

“If you tell a lie big enough and keep repeating it, people will eventually come to believe it.” — Nazi Propaganda Minister Joseph Goebbels

“Voice or no voice, the people can always be brought to the bidding of the leaders. That is easy. All you have to do is tell them they are being attacked and denounce the pacifists for lack of patriotism and exposing the country to danger. It works the same in any country.” — Nazi Reich Marshal Hermann Goering.

e eis o que se passa :

“Termos políticos a fazer comentário televisivo distorce a realidade.” . “Os políticos deviam cingir-se à luta partidária”
“Já não são os congressos a eleger os líderes partidários, mas sim os directores de Informação das TV, através das suas escolhas” Francisco Rui Cádima vai mais longe, acusando as estações de contribuírem para a deficiente renovação da classe política


A manipulação da realidade não podia ser mais identica á da obra, é-nos impingida nos media a toda a hora...o comum dos mortais chega a casa depois de um dia de trabalho e leva com mensagens de puro veneno.

-- Propaganda politica á hora do telejornal para votar no rosa ou no laranja..
--publicidade em doses industriais....consumo consumo consumo consumo..
-- novelas modelo sobre como levar a vida desejada pelo sistema
--jogos de futebol simbolizando guerras entre países que quase já so existem em bandeiras...

e toda uma outra catrefada de lixo o qual , por analogia com o livro poderiamos considerar uma extensão do "newspeak" ao serviço do capitalismo selvagem veiculando "boas palavras" como multiculturalismo , não ao racismo, igualdade, imigração é positiva, pena do outro coitadinho, não ás ditaduras tiranas e aos mauzões do médio oriente temperadas com doses Qb de palavras crioulas muitas vezes ditas a "cantar/rappar" (fica no ouvido e vai repetindo mensagens subliminares durante o dia todo) avistando a nova era que se avizinha..."ya men, bué e kê"...

E tudo isto ao sercviço que de quem???

ou existe alguém que ainda pensa que as coisas acontecem por acaso?

o mundo que temos é o resultado de ideologias funcionais e talhadas ao milimetro para engordar os bolsos e o Ego de alguns . O Povo mantido na ignorancia experneia como uma mosca na teia e vai ganindo nesta democracia surda, onde nada muda, porque num sistema assim nada pode mudar!